segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Uma poesia

Uma poesia às putas abandonadas
rejeitadas pela própria vida
pelo próprio ego.

Uma poesia aos andarilhos
rejeitados pelo próprio caminho
pelo próprio destino.

Uma poesia aos meninos de rua
rejeitados pela própria família
pelo próprio ser.

Uma poesia aos famintos
rejeitados pelo próprio parco corpo
pelo próprio estômago.

Uma poesia
nua
crua
repetitiva
vermelho-sangue.

Por Rene Serafim - "Juninho"

4 comentários:

  1. Um brinde aos famintos de poesias.
    Acho que as garotas da Augusta não reclamariam em ganhar uma poesia.
    Aliás, vermelho, ainda sangue, minha cor favorita.

    =*

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  2. Poesia aqui vira orgasmo partilhado. O melhor de um poeta é quando ele se faz promíscuo em seu próprio papel.
    Perfeito!

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  3. Nossa.

    Fazendo uso as palavras da Katrina 'Um brinde aos famintos de poesias'

    Um texto real e lindo.

    Obrigada por se fazer meu ouvinte. Se quiser uma tacinha de sorvetes a qualquer dia, ja sabe onde encontrar.

    =*

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  4. uma poesia dedicada ao cheiro-mundo...
    Q existe pra muito além da nossa bolha...
    Q aparta nosso horizonte com tapas doídos...
    q lindo, eles merecem tão mais q nós.

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