Cansei de escrever por hoje.
Escreverei apenas mais estas palavras.
Quero beber sozinho,
Manter um diálogo introspectivo.
Serei meu próprio intermediário,
Assim como o dono do butiquim.
Mesmo sem escrever,
Minhas mãos ainda serão úteis.
Aliás, as mãos são sempre úteis
E vivenciam as intimidades mais profundas do Ser.
Chega.
Eu quero beber.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
segunda-feira, 29 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Amém
Tentaram mudar minha essência.
Quiseram influenciar minhas ideias.
Criaram novos esteriótipos.
Tipificaram aquilo que julgam ser bom e moral.
Chamem a imoralidade e as coisas erradas
porque hoje fugirei das regras.
Beberei no cálice de prata os pecados
e ficarei com as prostitutas mais belas.
A propósito, redefinirei o significado de prostituta
no meu dicionário mental.
Serão belas mulheres que com o prazer
vendem o desejo carnal.
Excomungar-me-ei eu mesmo.
Sim, quero parecer redundante.
Para mostrar aos seguidores
que o pleonasmo literário é a passagem para libertação.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Quiseram influenciar minhas ideias.
Criaram novos esteriótipos.
Tipificaram aquilo que julgam ser bom e moral.
Chamem a imoralidade e as coisas erradas
porque hoje fugirei das regras.
Beberei no cálice de prata os pecados
e ficarei com as prostitutas mais belas.
A propósito, redefinirei o significado de prostituta
no meu dicionário mental.
Serão belas mulheres que com o prazer
vendem o desejo carnal.
Excomungar-me-ei eu mesmo.
Sim, quero parecer redundante.
Para mostrar aos seguidores
que o pleonasmo literário é a passagem para libertação.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
segunda-feira, 22 de junho de 2009
O Catador
Um homem catava pregos no chão.
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais - o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar
pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.
Por Manoel de Barros
______________________________________________________
Comentário:
Além de postar poesias comentarei algumas delas, principalmente aquelas que não são minhas, na finalidade de criar mais dúvidas sobre o que fora escrito pelo autor. Não tenho a intenção de explicá-las, pois poesias não são passíveis de explicações ao mundo e sim ao eu interior de cada um de nós. Ou seja, ela deve ser compreendida, e algumas vezes incorporada, a partir do indivíduo.
Primeiro ponto:
Manoel de Barros apresenta uma situação cotidiana. Uma profissão. Entretanto, uma profissão diferente, incomum aos nossos olhares. Será mesmo uma profissão? O que é uma profissão? Você tem a sua? Eu tenho a minha?
Segundo ponto:
Os pregos estão sempre como devem estar após não serem mais úteis. Jogados ao chão. Será assim nas relações humanas? Será que não jogamos os nossos "pregos" quando não precisamos mais deles? E pior, será que após utilizarmos os pregos que nos foram úteis um dia esquecemos o valor de sua função?
Terceiro ponto:
A finalidade de um propósito é que cria a sensação (talvez falsa) de que você seja útil para alguma coisa. A finalidade do catador é catar pregos. E a sua? Existe finalidade para as coisas? Se existe finalidade, você não se limita? Ou então você cria várias finalidades para sua vida para que esta não se torne limitada e vazia.
Quarto ponto:
Preencher o sujeito de algo (ser um catador de pregos) o torna mais ou menos humano? Mais ou menos útil? Quem define seu preenchimento? Você mesmo ou a sociedade? As vontades são respeitadas? As chances são dadas? Isso parece mais uma Maieutica Socrática, mas é necessário.
Último ponto:
Você que está lendo agora, reconhece-se como o Catador ou o prego inútil aos olhares alheios? Porque para o Catador os pregos ainda possuem uma função. A de serem catados por ele.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais - o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar
pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.
Por Manoel de Barros
______________________________________________________
Comentário:
Além de postar poesias comentarei algumas delas, principalmente aquelas que não são minhas, na finalidade de criar mais dúvidas sobre o que fora escrito pelo autor. Não tenho a intenção de explicá-las, pois poesias não são passíveis de explicações ao mundo e sim ao eu interior de cada um de nós. Ou seja, ela deve ser compreendida, e algumas vezes incorporada, a partir do indivíduo.
Primeiro ponto:
Manoel de Barros apresenta uma situação cotidiana. Uma profissão. Entretanto, uma profissão diferente, incomum aos nossos olhares. Será mesmo uma profissão? O que é uma profissão? Você tem a sua? Eu tenho a minha?
Segundo ponto:
Os pregos estão sempre como devem estar após não serem mais úteis. Jogados ao chão. Será assim nas relações humanas? Será que não jogamos os nossos "pregos" quando não precisamos mais deles? E pior, será que após utilizarmos os pregos que nos foram úteis um dia esquecemos o valor de sua função?
Terceiro ponto:
A finalidade de um propósito é que cria a sensação (talvez falsa) de que você seja útil para alguma coisa. A finalidade do catador é catar pregos. E a sua? Existe finalidade para as coisas? Se existe finalidade, você não se limita? Ou então você cria várias finalidades para sua vida para que esta não se torne limitada e vazia.
Quarto ponto:
Preencher o sujeito de algo (ser um catador de pregos) o torna mais ou menos humano? Mais ou menos útil? Quem define seu preenchimento? Você mesmo ou a sociedade? As vontades são respeitadas? As chances são dadas? Isso parece mais uma Maieutica Socrática, mas é necessário.
Último ponto:
Você que está lendo agora, reconhece-se como o Catador ou o prego inútil aos olhares alheios? Porque para o Catador os pregos ainda possuem uma função. A de serem catados por ele.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
sábado, 20 de junho de 2009
Preciso
Preciso de mais uma dose.
Dose dupla, por favor.
Se possível diretamente nas minhas entranhas.
Aplicada lentamente com esse dessabor.
Preciso de mais um cigarro.
Um maço, por favor.
Se possível de trago rápido.
Tão rápido que me cause uma bronquite instantânea.
Preciso de mais eu.
Somente eu, por favor.
Se possível o eu lírico e poético.
Que no final do dia sente-se completo de tudo que lhe falta.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Dose dupla, por favor.
Se possível diretamente nas minhas entranhas.
Aplicada lentamente com esse dessabor.
Preciso de mais um cigarro.
Um maço, por favor.
Se possível de trago rápido.
Tão rápido que me cause uma bronquite instantânea.
Preciso de mais eu.
Somente eu, por favor.
Se possível o eu lírico e poético.
Que no final do dia sente-se completo de tudo que lhe falta.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Reticências
A minha vida merece algumas reticências.
Eu gosto dos versos mais profundos.
Naquelas profundidades que só quem tem sensibilidade no coração consegue apalpar.
Hoje estou em paz.
Tenho consciência do meu inconsciente.
Da minha grandeza pequena.
Do meu pouco ser.
A minha vida merece algumas reticências.
Eu nasci oco e aos poucos me preenchi.
Ainda é incipiente este pouco que consegui.
Hoje estou em conflito.
Não sei a essência nem a finalidade.
Sequer sei quem sou.
Se sou.
A minha vida merece algumas reticências.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Eu gosto dos versos mais profundos.
Naquelas profundidades que só quem tem sensibilidade no coração consegue apalpar.
Hoje estou em paz.
Tenho consciência do meu inconsciente.
Da minha grandeza pequena.
Do meu pouco ser.
A minha vida merece algumas reticências.
Eu nasci oco e aos poucos me preenchi.
Ainda é incipiente este pouco que consegui.
Hoje estou em conflito.
Não sei a essência nem a finalidade.
Sequer sei quem sou.
Se sou.
A minha vida merece algumas reticências.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
terça-feira, 16 de junho de 2009
Aprendendo a desaprender
A poesia é o alimento da minha alma.
Quando tenho indigestão mental,
vomito pelos olhos.
E é aí que as melhores palavras são construídas.
Desaprenderei tudo aquilo que penso ter aprendido.
Trabalharei dezesseis horas por dia para isso.
Nas outras oito meditarei em sono profundo.
Oscilo entre os dois mundos existenciais.
Ora estou dentro, ora estou fora da caverna.
Outrora estive completamente dentro ou fora.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Quando tenho indigestão mental,
vomito pelos olhos.
E é aí que as melhores palavras são construídas.
Desaprenderei tudo aquilo que penso ter aprendido.
Trabalharei dezesseis horas por dia para isso.
Nas outras oito meditarei em sono profundo.
Oscilo entre os dois mundos existenciais.
Ora estou dentro, ora estou fora da caverna.
Outrora estive completamente dentro ou fora.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
sábado, 13 de junho de 2009
Des (espero)
Mais um dia... espero.
Menos um dia... desespero.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Menos um dia... desespero.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Quisera
Quisera eu tivesse tempo,
Quisera eu tivesse ânimo,
Quisera eu tivesse tudo aquilo
Que um dia eu quis.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Quisera eu tivesse ânimo,
Quisera eu tivesse tudo aquilo
Que um dia eu quis.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
terça-feira, 9 de junho de 2009
Impureza Divina
Rezo todo dia para aliviar-me
De um mal que eles fazem eu acreditar
Que eles construíram para nos manter
Abastados da ausência de conhecimento
Este que eu fui buscar
Em igrejas, banhadas a ouro...
Faço na cruz uma oração
Ossificada com quilos de envergadura moral
Danificada.
Quebre a compostura malfeitora, insensata,destes deuses de museu
Ao dizer amém.
Eu canto a doutrina sem lei
Já tendes a libertação
Dançando, sorrindo,
Falando e trazendo, nos versos uma sensação.
E quando a canção terminar, abre a porta para a transição.
E façam barulhos estranhos, ao começar a procissão.
Por Gabriel Serafim - www.bibiserafim.blogspot.com (Letra de música da Banda Dissidente)
Vídeo da Banda Dissidente com a letra da música postada acima - Impureza Divina
De um mal que eles fazem eu acreditar
Que eles construíram para nos manter
Abastados da ausência de conhecimento
Este que eu fui buscar
Em igrejas, banhadas a ouro...
Faço na cruz uma oração
Ossificada com quilos de envergadura moral
Danificada.
Quebre a compostura malfeitora, insensata,destes deuses de museu
Ao dizer amém.
Eu canto a doutrina sem lei
Já tendes a libertação
Dançando, sorrindo,
Falando e trazendo, nos versos uma sensação.
E quando a canção terminar, abre a porta para a transição.
E façam barulhos estranhos, ao começar a procissão.
Por Gabriel Serafim - www.bibiserafim.blogspot.com (Letra de música da Banda Dissidente)
Vídeo da Banda Dissidente com a letra da música postada acima - Impureza Divina
domingo, 7 de junho de 2009
Um convite à Pasárgada
Se um dia se atrever a ir à Pasárgada de Manuel
Convidai-me.
Pois quero sentir de perto
o desejo,
o pecado,
a luxúria,
a beleza,
a liberdade,
e outras coisas que por ora não me lembro.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Convidai-me.
Pois quero sentir de perto
o desejo,
o pecado,
a luxúria,
a beleza,
a liberdade,
e outras coisas que por ora não me lembro.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
sábado, 6 de junho de 2009
Meu entardecer
Beijo-te como o dia beija a noite ao entardecer.
Devagar sinto-a.
Aos poucos recrio as mais psicodélicas cores no meu céu.
Sucumbo à tentação da sua carne.
Impossível resistir ao seu pecado.
Quisera eu que todos os dias eu tivesse meu entardecer.
Sei que um dia terei-o, embora não sem espera.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
Devagar sinto-a.
Aos poucos recrio as mais psicodélicas cores no meu céu.
Sucumbo à tentação da sua carne.
Impossível resistir ao seu pecado.
Quisera eu que todos os dias eu tivesse meu entardecer.
Sei que um dia terei-o, embora não sem espera.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Inefável poesia
Tenho poucas palavras
para construir essa poesia.
Não que não haja
palavras suficientes para descrevê-la.
Mas as que existem
não conseguem apalpar
os íntimos desejos que quero tratar.
Haverá um dia no qual estes espelhos
deixarão de ser inefáveis
e passarão a ser inenarráveis
aos ouvidos alheios.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
para construir essa poesia.
Não que não haja
palavras suficientes para descrevê-la.
Mas as que existem
não conseguem apalpar
os íntimos desejos que quero tratar.
Haverá um dia no qual estes espelhos
deixarão de ser inefáveis
e passarão a ser inenarráveis
aos ouvidos alheios.
Por Rene Gonçalves Serafim Silva - "Juninho"
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