sentir a palavra cansada de ser,
para isso o poeta inventa.
desmembrar seus núcleos
fatigar seus delírios
distorcer seus vocábulos
embriagar seus versos.
traduzir em várias línguas:
dos sapos,
dos bois,
das aves,
das rãs,
até mesmo a dos homens.
enquanto houver poesia
e o poeta puder escrever
palavra nenhuma
cansará de ser.
no máximo esticará seu cansaço
até a varanda de casa
esperando um novo raio de sol,
na poeira invisível.
Por Rene Serafim - "Juninho"
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Paisagem insípida
desconsertar a palavra
é um dom que somente a poesia tem
fazê-la perder o juízo
o compromisso
a meninice
e ainda que quisesse
fazê-la de mim
a insignificância de ser mato
que eu deixasse de ser poeta
passasse a ser uma paisagem
insípida aos olhos ordinários
e ao final do dia
pudesse contar à minha mãe
que naquele dia eu era verde
e que amanhã
poderia ser azul
do céu ou mar.
Por Rene Serafim - "Juninho"
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