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O silêncio líquido não comunga mais das coisas
nem mesmo das pedras.
As aves não querem mais migrar daquele lugar
largado às traças.
Os rios que nascem à montante não são os mesmos
que correm à jusante.
Quando a minha escrita está para o nada
nasce rabiscos poéticos.
Em lugares decadentes
qualquer coisa que se move se torna importante.
O cheiro da paisagem
carrega mais cor que o horizonte pintado na tela.
O nascer da flor não está na primavera
mas no outono quando suas folhas trocam de roupa.
Havia um menino que pensava ser árvore.
E foi.
E foi.
Durante o dia as coisas pertencem à luz.
À noite não pertencem a mais ninguém.
O delírio das coisas está guardada no quintal
de nossas casas.
Pegar na palavra que só comete suicídio
é mais prazeroso que pegar na palavra que só bate o ponto.
Pensando assim me formei cientista
das teorias das insignificâncias.Por Rene Serafim - "Juninho"
"Escrever o que não acontece é tarefa da poesia."
ResponderExcluiraaah, Manoel!
belo rabisco poético esse seu hein?!
havia um menino que pensava em ser Barros.
e foi.
Manoel de Barros tá penetrando mesmo nos seus dedos
ResponderExcluirnu junim; só fosso dizer... treta, treta; essa bateu forte;
ResponderExcluirlembra que estou compondo musicas q tem como titulo do projeto " elogio aos inutensílios"
posso musicar isso?
Olá, Rene!
ResponderExcluirÉ um prazer estar aqui, conhecendo seu espaço que tem poesias lindas. Parabéns!
Adorei isso: "O cheiro da paisagem carrega mais cor que o horizonte pintado na tela."
Sigo-te!
Beijos
Patrícia Lara