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Com a poesia posso ser ave
ser sapo ou pedra
posso ser qualquer coisa.
Sou eu ou você
sou meu pseudo-eu
sou verdadeiro
ou disfarço.
Sou horizonte no crepúsculo
ou veredas no Cerrado.
Lesmas que rastejam nas paredes
gozam no meu amanhecer.
Verão que eu era lagarto à noite
no outono da primavera
onde a folha veio flor
em pleno inverno.
Mas hoje sou metamorfose
e a única coisa que não sou
é não ser.
Por Rene Serafim - "Juninho"
sábado, 27 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Dueto lírico
As bocas separadas por uma distância mínima,
nula,
tão próximas que o ar que sai de dentro de um
preenche o peito vazio do outro
devoram-se ao saciar o desejo em gotas de saliva
e pingos de suor
entrelaçam corpos e copos
ao brindar doses de gozo.
No calor das noites embriagadas
de tesão e paixão
vomitamos nossas partes mais íntimas
ínfimas,
ao curarmos a ressaca da saudade com o doce carinho ardente dos olhos
que se encontram
se cruzam
se espelham
antes de partir
e levar consigo a metade inteira do olhar do outro
no olho seu,
partido.
Por Fernanda Tavares e Rene Serafim (Juninho)
quinta-feira, 18 de março de 2010
Poemeto do ente
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a poesia não muda o destino
tampouco é vidente
só fala da vida
e às vezes mente
outrora é sincera
e fala da gente
e quem escreve tais versos
oscila constantemente
entre a poesia saudável
e a frase doente.Por Rene Serafim - "Juninho"
quarta-feira, 10 de março de 2010
Leveza do grito
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Amargo é o gosto
no canto do rosto
em relva molhada
tormento sereno
prepara o terreno
com raios de sol
sob impulso
corto meu pulso
de sangue estático
inerte à dama
friamente me chama
com o corpo sangrado
do outro plano
finjo e engano
o silêncio dissimulado.
Por Rene Serafim - "Juninho"
Amargo é o gosto
no canto do rosto
em relva molhada
tormento sereno
prepara o terreno
com raios de sol
sob impulso
corto meu pulso
de sangue estático
inerte à dama
friamente me chama
com o corpo sangrado
do outro plano
finjo e engano
o silêncio dissimulado.
Por Rene Serafim - "Juninho"
sexta-feira, 5 de março de 2010
Sujeito escaleno
após me sujar de Barros
descobri ser escaleno menor
onde homem nenhum mija na minha poesia
somente sapos, aves e ocasos
aliás,
os ocasos são meus preferidos
vêm sempre ao final da tarde
quando o sol cansado
deita sob o mar
foi assim que aprendi a ser gente grande
debruçando-me sobre restos e urina
e me esquecendo das verdades
ainda hoje resquícios pairam e param
mas a poesia me salva.
Rene Serafim - "Juninho"
segunda-feira, 1 de março de 2010
Dança da solidão
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de novo
na mesma dança-solidão
só que agora
é samba
cuíca e tamborim
puxando a entrada
enquanto meu cavaco
já sem corda
encerra o enredo
carnaval
Por Rene Serafim - "Juninho"
de novo
na mesma dança-solidão
só que agora
é samba
cuíca e tamborim
puxando a entrada
enquanto meu cavaco
já sem corda
encerra o enredo
carnaval
Por Rene Serafim - "Juninho"
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