terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Palavreado

sentir a palavra cansada de ser,
para isso o poeta inventa.

desmembrar seus núcleos
fatigar seus delírios
distorcer seus vocábulos
embriagar seus versos.

traduzir em várias línguas:
dos sapos,
dos bois,
das aves,
das rãs,
até mesmo a dos homens.

enquanto houver poesia
e o poeta puder escrever
palavra nenhuma
cansará de ser.

no máximo esticará seu cansaço
até a varanda de casa
esperando um novo raio de sol,
na poeira invisível.

Por Rene Serafim - "Juninho"

4 comentários:

  1. traduzir em várias línguas esse deslumbramento invisível! :*

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  2. Isso!!!
    *--*
    explorar todas as faces das palavras...
    fazer poesia cotidiana...

    ahhh...
    que beleza...

    ótimo poema!
    beijão

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  3. AMEI SEU BLOG AMO POESIA...TO TE SEGUINDO...PALMAS PARA CORAZÓN ROUBADO...BJ

    ME SEGUE TBM

    http://euniceelainemarinha.blogspot.com/

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