terça-feira, 20 de novembro de 2012

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Chuva


gotas que caem
dos céus
irrigando esses solos
calejados e fatigados
em suas gretas

chuva
que renova as energias
dos orixás
destas terras

vento
que sopra ao norte
a infância de quem vive
o presente

emergindo dos poros
a forma líquida
e sólida
da vida.

Por Rene Serafim - "Juninho"

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quando 2 + 2 são 22

era novembro
quinta-feira
o muro tinha acabado de cair

a notícia mais importante
que eu iria receber
no outro dia
pelo mensageiro
não era essa

era que na sexta-feira,
logo quando eu acordasse,
haveria um cheiro gostoso
perfumando meus jardins.

Por Rene Serafim - "Juninho"

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vício


nossa libertinagem é um vício
martírio de longe
ardente de perto
fogo que se consome
aos poucos,

nem mesmo os deuses
ou orixás
seriam capazes
de calar nossas vozes
nossos corpos
derramando silêncios
líquidos
ácidos
lascivos.

Por Rene Serafim - "Juninho"

domingo, 31 de julho de 2011

Quereres sim ou não


Esse tal de quereres
ora sim ora não
que me queres
sempre assim
nesta inconstante ilusão
o quereres que eu falo
é o quereres da vida
da noite
da boêmia
da solidão

esse tal de quereres
queres sim
queres não
nesta inconstante ilusão
que me queres
ora sim
ou não.

Por Rene Serafim - "Juninho"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aos meus poetas preferidos


estes versos são
para meus poetas preferidos
seriam tantos
seriam vários
mas hei de destacar

um já está morto
o outro ainda vivo
o que está morto era um cachorro louco
o segundo, pantaneiro,
é o famoso Manoelito.

Por Rene Serafim - "Juninho"

segunda-feira, 28 de março de 2011

Carta de Amor


Quando escrevi minha carta de amor,
não enviei por e-mail
porque creio que escrever uma carta
é mais nostálgico.

Economizei nas palavras também.
Não é porque meu amor seja menor,
tampouco seja porque você
não as mereça.

O papel que usei não foi dos melhores,
e a tinta da caneta estava falha.

O envelope era comum
não tinha nenhum detalhe
nenhuma coisa especial
nem um nem outro.

Os selos, que nostalgia,
eram aqueles que a gente
compra nos correios por
apenas um centavo.

Essa carta de amor, minha querida,
foi feita da forma como a descrevi
não porque você não é importante
mas porque o meu amor é assim,
de uma só palavra: simples.

Simples como os abandonos
das coisas e das gentes.
Como estes meus versos
que carregam a simplicidade
do maior amor do mundo.

Por Rene Serafim - "Juninho"